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16/04/2024O surgimento do Amazon Web Services e, um pouco mais tarde, de alternativas como Azure ou Google Cloud pareciam uma bênção para as empresas: graças a essas plataformas de infraestrutura como serviço (IaaS), qualquer empresa poderia evitar o incômodo de manter seus próprios servidores e acessar plataformas dinamicamente escaláveis e adaptadas aos tempos recentes. O que acontece é que as empresas perceberam que não valia a pena.
A repatriação dos dados da nuvem, nome desse fenômeno que já está em andamento há alguns anos e consiste em algo simples: sair da nuvem e voltar a ter todos os serviços e dados em infraestrutura local. Entre as razões apresentadas pelas empresas que participaram no inquérito e que repatriaram as suas infraestruturas estavam os problemas de segurança e as grandes expectativas que tinham com esta mudança (33% aludiram a esta causa), enquanto 24% explicaram que os seus objetivos e expectativas não foram alcançados.
Ir para a nuvem não era apenas ir para a nuvem, a verdade é que migrar para uma plataforma em nuvem não faz muito sentido se você não otimizar suas necessidades e carga de trabalho para a nuvem. Fazer isso com aplicações antigas e não adaptá-las aos novos tempos ou aproveitar as vantagens dos containers ou clustering pode resultar em algo contraproducente e, acima de tudo… a nuvem é mais cara.
O principal motivo da repatriação de dados foi justamente o custo: 43% das empresas pesquisadas explicaram que a migração original acabou saindo mais cara do que o esperado. É verdade que a análise de custo-benefício ao decidir entre infraestrutura em nuvem e infraestrutura local varia muito de empresa para empresa, mas muitas optaram pela nuvem pensando que isso lhes pouparia dinheiro. Em muitos casos, parece não ter sido esse o resultado.
Mas existem desafios na repatriação, empresas que “voltam no tempo” e gerenciam suas nuvens privadas precisam monitorar de perto a infraestrutura local para evitar falhas de segurança, ter especialistas para gerenciar serviços e dados e também fornecer uma análise criteriosa dos recursos de hardware que necessitam. Tudo isto impõe um custo econômico e de recursos que deve ser tido em conta a longo prazo.
Pode parecer que esta decisão de muitas empresas de abandonar estes serviços será um problema grave para empresas como a Amazon ou a Microsoft, mas a realidade é que têm uma perspectiva maior à vista: a da IA, que está a provocar o aparecimento de inúmeras novas tecnologias de serviços da web hospedados precisamente na nuvem.
Fonte: IGN Brasil